A proximidade de mais uma virada de década já coloca em alerta produtores e varejistas de alimentos em todo mundo: mudanças importantes de hábitos alimentares estão acontecendo e é hora de se rever procedimentos e estratégias para novos investimentos.
Levantamento feito pelo Cepea/USP aponta que uma das principais tendências para os próximos anos está no perfil do consumidor, cada vez mais engajado e adepto da alimentação consciente ou, em inglês, mindful eating, expressão usada globalmente para marcar o conceito.
Foto: Viktor Hanacek |
Para este grupo de pessoas, verificar cada etapa de produção de um alimento é fundamental para a decisão de compra. Não basta saber se é saudável, verificar se o agricultor, fabricante e distribuidor têm passivos ambientais ou trabalhistas, por exemplo, pesa na escolha.
“Hoje fica muito simples buscar estas informações na internet. Esse é um movimento que já acontece com força no exterior e que dá seus primeiros passos no Brasil. É importante ter em mente que a tendência é que ele não pare de crescer. Algumas redes de supermercados, inclusive aqui no Brasil, já têm selos de sustentabilidade e qualidade em suas frutas, legumes e hortaliças.”, conta Letícia Julião, pesquisadora do Cepea.
Um aliado do consumidor neste processo tem sido as mídias sociais, tanto para se denunciar o que está fora dos padrões de mindful eating, quanto para divulgar boas práticas. Produtores e varejistas vão precisar ser cada vez mais transparentes.
Fazem parte deste grupo os millenials, pessoas que nasceram entre 1980 e 1999 e que atualmente têm entre 18 e 38 anos de idade.
Os millennials estão no auge da maturidade financeira. Além da preocupação com a sustentabilidade do meio ambiente, esta geração não quer perder tempo e valoriza a qualidade do alimento, a experiência de consumo e o relacionamento com o fabricante – no caso dos hortifrútis, com o varejo ou com o produtor. Além disso, para se relacionar com esse consumidor, os produtores e o varejo têm que estar dispostos a adotar uma postura que gere confiança e reciprocidade.
Ganham espaços alimentos saudáveis, com procedência confiável e que estejam prontos para o consumo: lavados, cortados, pré-prontos… É isso que busca o consumidor da próxima década. Diante desta informação, é possível, por exemplo, decidir por investir em algum negócio nesta área. Um produtor pode não apenas cultivar, mas também já pensar em um alimento pré-pronto, embalado.
Adaptado de SNA
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