14.5.19
Ana Paula0
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Você certamente já ouviu falar um mundo de coisas desconexas sobre o forno de micro-ondas. Confira mitos e verdades sobre o assunto!
Que faz mal à saúde, que dá câncer, que deixa a comida radioativa… Sem querer sabotar a teoria da conspiração, informamos que nada disso é verdade.
Primeiro: saiba que o seu microondas opera em uma frequência muito próxima a de outros aparelhos e redes que você usa para fins bem diversos: celulares, telefones sem fio, redes wifi, bluetooth.
A intensidade da radiação é maior no forno, mas fica só ali dentro, refletindo nas paredes do aparelho até que seja absorvida pelos alimentos e vire calor.
Por falar em potência, aí vai uma segunda revelação: no seu aparelho, lá na cozinha, você não regula a potência, mas apenas a proporção do tempo em que ele fica ligado e desligado.
Resumindo: todos aqueles botõezinhos só regulam a função liga e desliga. Inclusive o botão de descongelamento.
O forno de micro-ondas é um aparelho do tipo liga e desliga. Se prestar atenção no som, você consegue ouvir quando o emissor de micro-ondas liga, fazendo barulho, e desliga. A potência baixa significa que o emissor de micro-ondas fica mais tempo desligado do que ligado, e a potência alta significa que ele fica ligado durante 100% do tempo que leva o preparo do alimento. A potência intermediária é meio tempo desligado e meio tempo ligado. Isso porque é mais barato produzir um aparelho que só liga e desliga do que um eletrodoméstico em que o usuário realmente regula a potência da radiação emitida. Ou seja: o que a gente regula é a proporção de tempo que ele fica ligado e desligado.
No processo de aquecimento ou cozimento por micro-ondas, as moléculas de água presentes no alimento absorvem a radiação emitida pelo aparelho. Quanto mais água tiver o alimento, mais rápido ele aquece ou cozinha. Por isso, quando você coloca um prato com batata e bife, a batata vai esquentar mais rápido: ela tem mais água.
Não há possibilidade de um alimento feito no micro-ondas “fazer mal à saúde”. O único risco que se corre, é que a comida não fique tão saborosa quanto ficaria ao ser cozida em um forno convencional.
A confusão neste caso, deriva do fato da palavra radiação ser usada para designar coisas diferentes. No forno do micro-ondas, usa-se radiação eletromagnética, que é um tipo de energia que se propaga no espaço, como a luz, por exemplo.
Entretanto, existe um outro tipo de radiação, que é a radiação nuclear. Ela ocorre em materiais naturalmente radioativos que emitem partículas contaminantes, mas acontece que, para designar o tipo de energia emitida por esses materiais, usa-se a mesma palavra: radiação. E isso gera uma confusão.
Apesar de você não ter a menor possibilidade de ficar doente porque comeu um alimento feito no micro-ondas, há certos cuidados no uso do utensílio que não custa nada repetir.
Primeiro: nunca ligue o aparelho sem algo dentro. As ondas emitidas não serão absorvidas e ficarão refletindo ali dentro até voltarem para a fonte emissora, o que pode danificar o eletrodoméstico.
Segundo: metal, nem pensar.
Terceiro: se for colocar um recipiente de plástico, certifique-se de que ele pode ser usado no micro-ondas. Há plásticos que, como a água, também absorvem radiação. E estes não podem ser usados de jeito nenhum, pois atingem altas temperaturas e podem causar acidentes. O ideal é usar vidro ou cerâmica, que são materiais transparentes às micro-ondas.
Adaptado de: Alimento sem Mito